sábado, 10 de setembro de 2022

Arrancado ao esquecimento 2022/10/06, Grande Auditório do Convento de São Francisco, 19h.


O espectáculo “Arrancado ao Esquecimento” é uma proposta promovida pela Associação Cultural Museu da Música de Coimbra com o objectivo de trazer para o presente e futuro algumas das sonoridades, instrumentos e autores da tradição coimbrã que estão esquecidos ou em desuso. Estes instrumentos, como a viola toeira e o guitarrinho, fizeram outrora parte do dia-a-dia vibrante da música coimbrã.
Não obstante o seu potencial artístico, a viola toeira da região de Coimbra é, de todas as antigas violas de mão conhecidas em Portugal e no Brasil, o cordofone menos visado pelas políticas do património e do lazer. Similarmente, o Guitarrinho de Coimbra praticamente desapareceu em meados do Séc. XX. A viola toeira é encarada como bem patrimonial produtor de múltiplos sentidos. Como tal, a presente iniciativa convida à redescoberta das memórias da toeira e do “Guitarrinho de Coimbra”. Para além destes, outros instrumentos de época como o banjo português, o contrabaixo de 3 cordas ou o bandolão, que carregam características de fabrico e morfologia únicas a Portugal viram o passado recente confiná-los a notas de rodapé de estudos etnográficos mais extensivos, tendo granjeado pouco ou nenhum uso corrente na música que se tem feito na região.
A Associação Cultural Museu da Música de Coimbra espera, através desta iniciativa musical, reafirmar o valor actual deste património, pela interpretação nestes instrumentos de temas de autores conimbricences também eles menos interpretados nos tempos mais recentes, desconhecidos do grande público, como José das Neves Elyseu, José Dória, Domingos Caldas Barbosa, Francisco Caetano, Artur Paredes ou Francisco Menano. Ao mesmo tempo, esta iniciativa propõe-se a lançar novas sementes para o futuro, aventurando-se em temas originais para estes instrumentos e arranjos contemporâneos de temas já mais firmados junto do público.
Todos estes temas e arranjos foram preparados e são interpretados por músicos da região ou com uma ligação forte à região, que teimam em manter vivas mesmo as raízes mais negligenciadas da tradição da música conimbricence. Dividindo os vários momentos da performance musical, o espectáculo conta também com a apresentação de vídeos preparados para o efeito que contam a história destes instrumentos, de quem os tocou e dos seus métodos de construção. Este suporte visual do espectáculo visa envolver ainda mais o público e levá-los numa viagem que permite entender a história destes instrumentos para lá do som que produzem.



















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