SOL A SOL - Claustros do Colégio da Graça, dia 8 de março, 2023, 18h.
O horizonte pode ser uma linha imaginária que pousa sobre a água em repouso.
Embarque numa viagem solta, através da música construída a partir do estímulo de melodias originais simples, despretensiosas. Um périplo por lugares sonoros que nutrem o sentido, com o estimulo do percurso. Devagar porque estamos com pressa, navegando na direcção do conjunto completo, inspirando durante as paragens, nas pequenas estações. Percorrendo, explorando, por vezes subvertendo a forma da composição linear. Sugestionando uma capacidade desprendida do acto de apreender. Ampliando no ar, o som composto pela conjunção de instrumentos improváveis, ou, apenas um feliz encontro. Consubstanciação imagética da possibilidade dos indivíduos se projetarem no espaço sem nele se movimentarem. Viajantes clandestinos num veículo “fono-errante”, sem amarras para além daquelas imanentes às limitações do artificio.
Narrando sem preconceitos nem complexos, usando os recursos estilísticos acessíveis, nuances de uma estética descomprometida, como se de repente nos encontrássemos pousados, no aconchego de uma imprevista inquietude.
Valorização da pluralidade e desconstrução. num processo de "inter-exo-subjectivação", como se pudéssemos saborear os sons das relações distintas no campo melodioso, numa busca incessante da representação imaterial, quase perfeita, dos lugares esquecidos. Inexistentes na memória. Perscrutando e quase alcançando o que existe do outro lado da dúvida.
Ciclo continuo. Num ponto do horizonte o sol nasce. Para além do pôr do sol, a água vive.
com:
José Rebola - Multi-instrumentista
Eduardo Loio - Guitarra de Coimbra
Miguel Calhaz - Contrabaixo de três cordas
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